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OS DONOS DO DESFILE E A CIDADANIA
OS DONOS DO DESFILE E A CIDADANIA

Desde menino guardo uma desconfiança imprecisa sobre as comemorações do sete de setembro. Muito embora, no Brasil, o desfile apresente uma configuração militarizada, o discurso oficial sobre a comemoração sempre foi o de que se tratava de uma festa cívica, de todos os brasileiros. Desta forma, se coroava a cidadania com palavras, na contramão de uma realidade castrense.

A minha imprecisa desconfiança sobre esta comemoração, aos poucos foi ganhando contornos mais definidos e me indicando que os festejos da nossa independência, como as demais datas cívicas, serviam precipuamente para as manipulações do poder, principalmente para quem está no poder. Tal desconfiança se tornou convicção neste ano de 2013, com a confissão pública do próprio governo.

Ao que tudo indica, o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, foi o escalado para conceder entrevistas sobre um tenso desfile de 7 de setembro. Reconheceu o ministro que parte da população não participou por conta de um “excesso” de temor pela ocorrência de atos violentos. Segundo o entendimento dele a manifestação popular é saudável nesta data comemorativa tão importante, pois que completa a democracia.

Uma declaração, em especial, chama a atenção. Afirma o ministro que o desfile foi encurtado porque a presidente Dilma estava cansada da sua viagem à Rússia. O que entendi dessa fala é que o desfile comemorativo da nossa independência está muito longe de ser uma efeméride da nacionalidade, de todos os brasileiros. Uma comemoração que tem o seu formato definido em função de uma única pessoa é, em verdade, uma coisa particular que atende aos interesses particulares desta pessoa e, quando muito, os interesses do governo, ou ainda, os interesses do poder.

Por estas e outros é que os poderosos do país estão cada vez mais distantes do povo e demonstram desconhecer o significado da cidadania.

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