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A PIADA E A REALIDADE
A PIADA E A REALIDADE

Tem uma piada antiga, do tempo da ditadura militar, que aborda a possibilidades de poderosos irem para na prisão. Consta que o general-presidente estava atendendo os seus ministros, um após outro. Estava num daqueles dias e, mal humorado, negava todas as reivindicações feitas. O ministro da educação solicitou mais verbas e o general-presidente negou, por falta de verba. Com o ministro da saúde, a mesma negativa e o mesmo motivo: falta de verbas. Negou os pedidos dos ministros militares: falta de verbas. Sabedor das negativas, o ministro da Justiça entrou ressabiado e ciente de que a sua reivindicação, por mais verbas para a reforma do sistema penitenciário, seria sumariamente negada. Qual a sua surpresa, quando o enfezado general concorda... e vai mais além, sugerindo outras tantas melhorias no sistema prisional: ar-condicionado nas celas, televisão individual para cada preso, comida produzida diretamente da cozinha do Copacabana Palace, etc. Não entendendo a coisa o ministro pergunta.

– Não entendi, senhor presidente. Os outros ministros fizeram os seus pleitos e o senhor negou por falta de verbas. Entretanto, o meu pedido, que não é tão emergencial, é atendido com sobras e acréscimos?

Ao que o general-presidente responde:

– Você acha que quando a gente sair do poder, nós vamos ficar aonde?

No dia de hoje, encontramos notícias veiculadas na mídia, dando conta de que o sistema prisional do Distrito Federal passará por reformas. Entre outros penduricalhos, a meta reformista é abrir 600 vagas no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Segundo o Subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, a reforma objetiva separar os presos notórios da ralé carcerária, mas isso atende a uma motivação de segurança, pois, segundo ele, um preso com fama pode vir a ser vítima e mesmo suscitar rebeliões.

Fazendo coro com o sentimento das ruas, o ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello, criticou a iniciativa, entendendo que não existem motivos para tratamento diferenciado, em função de cargo ou poder. Entende ele (e a Constituição) que um tratamento igualitário deve ser aplicado a todos.

A desconfiança que paira é que as tais reformas visam, de imediato, atender os futuros presos oriundos do julgamento do mensalão. Sendo ou não verdade, o que sabemos é que as reformas serão efetuadas, apesar de sabermos que a Unidade Prisional da Papuda já é uma das melhores do país e que nela, o deputado Natan Donadon está hospedado numa cela privilegiada e que não tem contato algum com os demais detentos.

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