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O PAU QUE DÁ EM CHICO NÃO DÁ EM FRANCISCO?
O PAU QUE DÁ EM CHICO NÃO DÁ EM FRANCISCO?

Um dos fundamentos da ideologia é a não historicidade dos fatos. Dessa forma, os poderosos não precisam justificar as suas contradições nem explicar quando chafurdam no que eles mesmos proibiram peremptoriamente, ou vice-versa. Por outro lado, só é possível fazer análises com alguma validade quando se lança mão dos fatos antecedentes. Quem pensa, por exemplo, entender a igreja católica de hoje, sem se debruçar sobre a sua história é um tolo ou coisa pior. Por isso, ainda consigo me espantar com a inesgotável energia que a humanidade em geral e os estados modernos em particular, consegue dispender para melhor surtir os seus almoxarifados com hipocrisias para usos de ocasião.

Em toda a história da humanidade, não encontramos registro de maior crime contra a humanidade do que os perpetrados nos episódios de Hiroshima e Nagasaki. Entretanto, a maioria das pessoas desconhece quem foi a autor da façanha, o monstro que autorizou aquele genocídio. Por outro lado (conveniente), todos conhecem o nome de outro monstro, o que foi responsabilizado por toda sorte de hediondez que ocorreu no transcurso da Segunda Guerra.

Ao que parece tão cedo se esgotará este cenário mundial no qual as nações seguirão tão somente os ditames de seus interesses comerciais. Ocorre que a única forma de seguir tal figurino é fingindo acreditar na mentira deslavada. Fingir acreditar numa mentira óbvia é ser hipócrita. Mais uma vez os Estados Unidos da América está impondo ao mundo este (incômodo?) exercício da hipocrisia pública. Vem se arrastando na mídia as notícias que nos deixam na expectativa de uma possível ação militar dos Estados Unidos contra o governo da Síria.

Sobre as tais pretensões do xerife do mundo existem algumas ponderações extremamente óbvias que não são externadas nem pela mídia e muito menos pelos países alinhados aos norte-americanos.

Um primeiro raciocínio se prende ao fato de que a invasão do Iraque teve como principal alegação o uso de armas químicas. Os componentes da gang do Bush engrupiram a ONU e a comunidade internacional, conseguiram apoio, invadiram o Iraque, justiçaram Saddam e até hoje não encontraram nenhuma prova do uso das tais armas químicas. No mesmo sentido, as águias do pentágono trabalham no presente momento.

Uma segunda reflexão reside na fragilidade das alegações. Não nos parece provável que um governo (ditadura) comandado por um militar de alto posto, no caldeirão bélico deste mundo, seria tão ingênuo de lançar mão de armas que causam repugnância a todos, para matar pessoas e, com este exercício estúpido, chamar contra si a ira internacional. Não tem muito sentido um governo com tão pouco tempo no poder desafiar desabridamente as forças mundiais, executando pessoas por tais meios químicos, quando poderia facilmente eliminá-las com as tradicionais balas de revólver.

A terceira (existem centenas) reflexão vai rebater na total falta de autoridade moral dos Estados Unidos para se arvorarem defensores do mundo, principalmente no que concerne ao uso de armas químicas. Não nos esqueçamos de que foram os yankees (no sentido moderno) os criadores e aperfeiçoadores este tipo de armamento, bem como foram eles que o despejaram (às pamparras) por todo o Vietnã e Camboja, sem nenhum tipo de pudor ou reflexão sobre o genocídio que praticaram. Não podemos ser hipócritas eternamente, pois sabemos que, neste momento, os Estados Unidos trabalham celeremente no aperfeiçoamento de tais armas. Se o correto é retaliar quem faz uso de tais armas nefastas (todas são), a comunidade internacional deveria começar intervindo no território dos Estados Unidos nos moldes que o Barack Obama pretende (e vai) fazer na Síria.

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