Patriarcado
Ser pai é não ser bisonho
ante os mais absurdos sonhos;
é a quase certeza de se eternizar
num repleto e improvável mundo
biodegradável e fecundo.
É sentir o piegas enternecimento
que a lida não deixa transcrever
e vinca o rosto
nos contratempos,
no tempo disposto.
É não comparar e transigir;
soluçar ante vidros de berçários
e sonhar com insonháveis futuros...
É, antes, morder o presente
como fatias de esperanças
ou fiapos de remissão
que brotam em velhos imaturos.